Não se assuste com o título! É que como temos textos sobre madrastas e muitas pessoas leram e gostaram, também surgiu a discussão sobre como é a vida do padrasto. Para este posto eu, Carol, tenho um amigo que nos enviou uma reflexão sobre como é a rotina do homem que constrói família com uma mulher que já tem filhos.
Por Leandro Sílvio:
Para desespero dos mais conservadores, o termo ‘família moderna’ tem se aplicado cada vez mais aos dias atuais, onde o padrão ‘mamãe, papai e filhinhos’ para os mais radicais pode ser até chamado de démodé. Visto as mudanças mais frequentes da estrutura familiar, as mais recorrentes são as famílias com madrastas e padrastos.
Casamentos têm durado pouco e os cônjuges procuram outros parceiros rapidamente com o pensamento: “Tenho que pensar em mim. Tenho que ser feliz.” Mas onde fica o pensamento em relação aos filhos?
Especificando o caso dos padrastos averiguo uma situação mais desconfortável do que os das madrastas, pois na maioria a mulher é quem fica com a guarda dos filhos e a nova figura masculina que ela colocar em casa pode não ser muito bem aceito pelas crianças.
Explico: Imagine uma mãe divorciada com uma filha. Ela deve pensar umas trinta milhões de vezes antes de colocar outro homem em casa, mesmo achando que conhece o futuro cônjuge. E no caso de um menino, este pode ter ciúmes da mãe e não aceitar a figura masculina que chega em sua vida que não é o seu pai.
No caso do novo parceiro da mulher a coisa toda também é complicada. Não são seus filhos que estão ali. O começo da relação com as crianças, dependendo da idade, é tensa. Para as crianças ele não é o pai delas, é o outro. O cara que “quer assumir o lugar de seu pai”. O esforço para acolher e educar estas crianças é férreo e muitas vezes o relacionamento com a mãe é desgastado por demais neste processo e chega a um fim indesejado.
Tem algumas regrinhas básicas a serem seguidas quanto ao relacionamento com as crianças, por exemplo: nunca falar alguma coisa negativa do pai deles para elas. Outra: Conversar com a mãe sobre o que falar e maneiras de agir com eles é essencial. Quem melhor pra dar uma dica dessas do que pai e mãe? O respeito das crianças só será adquirido se elas gostarem do padrasto.
Para o pai divorciado pode ser incrivelmente difícil ver seu filho ter mais convívio com outra figura masculina que não a dele. O seu lugar foi ocupado e com o tempo as crianças serão conquistadas pelo novo parceiro da mulher. Neste contexto, algumas famílias tem uma criança com “dois pais”, o que, muitas vezes, deixa o pai biológico com um sentimento negativo imenso ao ver seu filho chamar outra pessoa de pai.
Enfim, muita coisa além disso é pensada e repensada entre os envolvidos. A batalha é grande.
É um desafio criar um parentesco por afinidade. Complicado, mas não impossível. A Família moderna está pautada no afeto. O padrasto precisa conseguir o respeito das crianças e quando o seu filho (caso o casal queira ter um) estiver por vir ele não pode deixar de lado seu “filho socioafetivo”. O relacionamento precisa ser mantido.
Conquistar uma criança cujo os pais se separaram e que pode se colocar como vítima constante, manipulando todos ao seu redor por conta disso, requer atenção e paciência. Muita paciência. Doses cavalares de paciência. Pode parecer que, com tantas novas estruturas familiares no mundo atual, as coisas são mais simples de se entender, principalmente no caso dos jovens que estão sendo criados em uma sociedade desta forma. Ledo engano.
Relações consistentes, principalmente para quem não tem grau de parentesco algum, devem ser conquistadas com criatividade e respeito, pois é importante não invadir o espaço da criança e forçar uma situação incômoda. e só quando o padrasto sentir que faz parte da vida da criança (e vice versa) é que nascerá uma família.
Fica a dica/opinião! 😉
PS: Como o foco foi sobre padrastos, não chegamos a mencionar famílias com pais em relação homoafetiva, mas sabemos que também fazem parte dos novos modelos familiares. Quem sabe na próxima. 😉